Já passava da meia-noite, quando o marmanjão, com dezasseis anos de idade, “uma criancinha na versão pós-25”, se dirigiu para o quarto de dormir. Tinha passado as últimas duas horas a ver uma treta qualquer de um jogo de futebol, na TV da sala. Acompanhado pelo idiota do pai, que ia esvaziando garrafas de cerveja, umas atrás das outras, enquanto invetivava ora o árbitro, ora os jogadores.
Também ele já se tinha embriagado várias vezes, nas suas andanças nocturnas. Roubado um carro e quebrado umas montras. Mas ali: ao pé do velho, entretinha-se com uma garrafa de coca-cola. A mãe: há muito que tinha adormecido a ver a sua novela preferida na TV do quarto.
Aí chegado, espreguiçou-se como um gato, pegou na mochila, onde carrega pelo segundo ano consecutivo os livros do sétimo ano, e retirou de lá um pequeno embrulho. Mirou e remirou o seu conteúdo, manipulando aqueles artefactos como se fossem objectos sagrados. Raspou, lambeu, enrolou, acendeu e fumou. E tornou a fumar. De vez em quando levava a garrafa de litro e meio de coca-cola à boca.
Ligou o computador, como era seu hábito, começando logo a ver filmes pornográficos, do mais escabroso que há. Masturbou-se várias vezes. Já passava das quatro horas, quando, exausto e meio aturdido se atirou para cima da cama. Com um pé, tirou a sapatilha do outro, e mais nada, pois estava demasiado cansado para se curvar. Não se pode dizer que tenha dormido, porque naquele estado, visões fantasmagóricas povoaram-lhe a mente durante o escasso tempo que permaneceu deitado.
Acordaram-no às sete horas: “Vá menino! O pequeno-almoço está pronto.” E, saíram porta fora, pai e mãe. “Aquele quarto tem um cheiro esquisito, parece o covil de um javali!” – disse o pai. “Cala-te homem, coitadinho do menino!”.
Num estado de sonambulismo, qualquer paciente é capaz de executar várias tarefas, sem disso ter a menor consciência. E assim aconteceu: levantou-se, calçou as sapatilhas, certificou-se que as calças do tipo cú descaído, como estava na moda, deixavam à mostra metade das cuecas de nylon de cor preta, pegou na mochila e saiu. Nem da cozinha se lembrou.
Já na sala de aulas, completamente pedrado, o barulho dos colegas parecia-lhe um zumbido vindo do espaço. Da professora só conseguia distinguir a silhueta, e de tanto se esforçar, para distinguir melhor os contornos, vislumbrou a mítica esfinge, e num ápice, a vista enevoou-se-lhe de vez, tombando, desmaiado.
No dia seguinte, noticia de primeira página e abertura de telejornais: a austeridade está a provocar uma tragédia nacional, já há criancinhas a desmaiar na escola, por não tomarem o pequeno-almoço. Blá. Blá. Blá.
Noutras paragens, centenas ou milhares de “adultos”, com idades compreendidas entre os dez e os catorze anos, também adormecem todos os dias, completamente exangues. Mas porque o fazem sobre as máquinas de costura, onde, para sobreviver, passam dez horas a coser as sapatilhas NIKE dos nossos marmanjões, não tem direito a desmaios nem a escolas.
Marmanjões, é só na minha versão que sou ignorante. Porque para “os sábios do pós-25 de Abril” trata-se efectivamente de criancinhas, inocentes, traumatizáveis para o resto da vida, com um simples beliscão. Por isso, intocáveis e inimputáveis.
Já agora, aproveito para dizer que vejo todos os dias uma subsidiada despejar “oito litros de leite” na frincha da máquina de cigarros. Uma outra, passear-se num carro que excede em muito o valor dos meus três carros que eu tive em 64 anos de vida. Mas existem milhares que eu não vejo. Por isso, eu, que comecei a trabalhar aos sete anos, depois de já ter trabalhado nove meses na barriga da minha mãe, por não existir subsidio a parideiras, nem nenhuma espécie de cucos. Não sei quem me causa mais asco: se os ladrões engravatados, eleitos ou nomeados, para governarem esta caverna de ALI-BÁ-BÁ, ou esta turba de: parasitas, oportunistas, vigaristas, falsários, carenciados, subsidiados, endividados, envergonhados, desenvergonhados, drogados e amancebados, igualmente da sua lavra. E à qual muitos insistem em lhe chamar: estado social! Para mim, trata-se de uma estado parasitacional. “Todos me roubam! Quem cantarei?” – por Telmo Fontes in A Aurora do Lima
Não poderia deixar passar em branco mais um passo em frente deste nosso jardim, que embora um pouco degradado, ainda tem muitas e boas coisas para dar.
Passo a citar, a UNESCO declara o Fado Património Imaterial da Humanidade. A candidatura apresentada pela delegação portuguesa foi aceite em Bali, na Indonésia.
O fado canta a vida e o destino de um povo há cerca de dois séculos, mas agora deixou de ser só nosso para ser de todos. Depois de várias horas de atraso, a candidatura do fado foi aceite pelo comitê de 24 delegados da UNESCO.
Como muitos de vocês, não sou propriamente uma apreciador de fado, nem tenho sequer conhecimentos de base para identificar os vários tipos de fado, mas tenho legitimidade para gostar ou não de determinada canção ou artista, e actualmente aprecio uma das novas vozes do fado, a qual partilho com vocês. Ao que parece, um fado não se ouve, sente-se... Portanto, façam o favor de se abstraír de tudo o resto e aproveitar o "momments"!!
Ora cá estamos nós para mais uma pequena odisseia no mundo dos posts...
O tema de hoje é mais do que espontâneo, pois refere-se a algo que vi "ao vivo", e não me perguntem porquê, me ficou na cabeça e não resisti em partilhá-lo!!
Numa manhã solarenga de domingo, acordei relativamente cedo (talvez pela ligeira dor de cabeça provocada pelos excessos de sábado à noite) e como o tempinho estava convidativo a um passeio pela beira-mar lá fui eu rumo à praia.
Ultrapassados todos contratempos, tipo chegar lá, estacionar, levantar o rabo do banco etc etc, lá comecei a minha caminhada de pouco mais de 100m :) pela praia fora!!
Tenham calma, já estou quase a chegar ao centro da questão... Sabem que eu gosto de ir directo ao assunto eheheh!!
Num daqueles bancos de madeira ao longo dos passadiços estava uma menina (digo menina pois seguramente que se trata de uma pessoa com espirito jovem, embora de idade já teria os seus setenta e muitos anos) a ler um livro que infelizmente não consegui ler o titulo, mas que pelo aspecto da capa e das proprias folhas não deveria ter muito menos idade que a leitora que o segurava nas mãos.
A capa do livro já bastante gasta, albergava umas centenas de folhas que já se encontram amareladas, em resultado provável de muitas manhãs a apanhar banhos de sol e a serem folheadas inumeras vezes.
Está visto que ficaram desiludidos com o assunto, que no fundo não é nada de especial, mas que me levantou algumas questões do tipo: Quantas vezes aquele livro já foi lido pela mesma pessoa? Qual o título e desenlace da história? Digo, estive mesmo para ir meter conversa com ela, mas tive receio de levar com a bolsa pelo costado abaixo e que começasse a gritar "Acudam, que este larápio quer-me gamar a reforma!!"...
E bem vistas as coisas, era capaz de não ser mau negocio :))))
Bem, está na horinha do tacho e de preparar as coisas para uma bela tarde de praia!!
FM
Bem, em qualquer dos casos vamos lá colaborar com o nosso conhecimento e acrescentar mais alguma informação nesta grande fonte "do saber" mundial (ou universal, nunca se sabe :))
http://pt.wikipedia.org/wiki/Neiva_(Viana_do_Castelo)
A campanha está na recta final, já não há muito a fazer... Não fiquei esclarecido como gostaria, mas, por certo, melhores dias virão.
Já todos tivemos oportunidade de "espingardar" contra tudo e todos o que é sempre bom, pois descobrimos sempre qualquer coisa. Aproveito ainda para alertar para o facto de que não podemos (ou não devemos) acreditar em tudo o que aparece por esses blogs.
O objectivo deste post é desafiar o vossa capacidade de apresentar propostas, como tal sugiro que apresentem uma ou duas sugestões de algo que gostariam de ver realizado na na freguesia de Neiva no próximo mandato, independentemente de quem ganhe as eleições no próximo domingo.
Caso se justifique, essas propostas serão dadas a conhecer a quem se mostrar interessado e ao futuro presidente da junta. Depois disso... ??? Já não posso garantir mais nada...
Após uns meses largos sem escrevinhar nada, não por falta de assunto, mas por uma questão de principios e privações, voltei ao activo com novas e interessantissimas cronicas e observações do mundo que nos rodeia.
Já experimentaram isolarem-se do mundo por uns minutinhos e apenas observarem a "movida" que nos rodeia... Eu já tentei, mas não consigo chegar a lugar nenhum!!! Por um lado, temos as pessoas que nos são mais proximas, mas que, se preciso for, são as primeiras a fazerem comentários menos próprios pelas nossas costas.... Eu digo isso, porque, partindo do principio, que não sou melhor, nem pior do que os outros, provavelmente também "perdem" tempo a falar de mim... Bem sei que não terão grande assunto, mas isso tem facil resolução: se não se tem do que falar, inventa-se qualquer coisita, que a "correr bem" ainda pode trazer problemas às outras pessoas e depois já se tem assunto... Acho uma perfeita estupidez e sinto-me cada vez mais desiludido.
Com isto, apenas quero alertar, embora provavelmente isso apenas seja novidade para mim, que infelizmente não podemos, ou não devemos confiar plenamente em ninguém. Cada vez mais, a experiencia de vida me faz ficar mais imune as essas cuscuvilhices e falsidades!!!
Felizmente, ainda nenhuma dessas tentativas me atingiu verdadeiramente, mas tenho observado cada coisa que dá vontade de começar a distrubuir pancada em tudo o que mexe.
Bem sei, que quem arriscou ler isto, e ainda não desistiu deve estar a pensar, este "cromo" é maluco!!! Vou ter de dar o braço a torcer, tal como toda a gente, tenho a minha pequena desafinação, mas nada de anormal, mas como não preparo nada do que escrevo, foi este assunto que me veio (ou estava) à cabeça e comecei a digitar...
Espero com este texto, abrir a pestana a muita gente, ou talvez não, pois em 6 meses, as unica visitas que houveram a este blog foram ... apenas as minhas :)
Até breve!!!!
FM
Ora digam lá se esta musica não tem uma letra que aumenta a auto-estima de qualquer um... :)
Ela geme, grita, canta... Uffff!!!
Digamos que até hoje apenas tinha este trecho musical em K7.
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. O regresso... (por muitos...