Sexta-feira, 9 de Dezembro de 2011

Terá o Sócrates razão? E andam a brincar com os nossos Euritos...

            Bem recentemente, o nosso conhecido José Sócrates disse que, passo a citar “Para pequenos países como Portugal e Espanha, pagar a dívida é uma ideia de criança. As dívidas dos Estados são, por definição, eternas. As dívidas gerem-se. Foi assim que eu estudei”.

Pois é meus caros, embora a credibilidade deste senhor para mim seja muito baixa, ainda mais quando diz que foi assim que estudou, depois de todas aquelas polémicas acerca da sua licenciatura. Está claro, que provavelmente está-se a referir ao estudo “caseiro e por conta própria” que todos deveríamos fazer.

            O que me deixou a pensar que aquela afirmação não é assim tão inocente e provavelmente até é a realidade e que não convém aos sanguessugas que tem o rabo no poder (e não falo no nosso país, mas bem lá no topo da Europa) assumir nem dar a conhecer ao Zé Povinho são algumas noticias e comentários que tenho lido aqui e ali, mesmo antes dessa dita afirmação.

Ora vamos lá fazer um breve apanhado da situação:

Ao que parece, a dívida não se paga. E não se paga por falta de vontade ou ideia de o fazer, mas sim porque é matematicamente impossível de o fazer.

            O artº 104 do tratado de Maastricht e o artº 123 do tratado de Lisboa impede os estados europeus de gerarem a própria moeda, estando esse direito reservado ao banco central europeu (BCE). O BCE empresta aos estados com juros, não estamos a falar de uma ajuda externa ou outro empréstimo do género, estamos a falar da moeda que é utilizada pelos habitantes dos países da zona euro. Um exemplo prático da minha maneira de ver isto é: Eu obrigava os tascos de Neiva City a entregar-me todas as minis em circulação, criava a minha própria marca de cerveja e emprestava-as “com juros, claro” aos ditos comerciantes, sendo eu o único fornecedor. Resultado, mesmo que não tocassem sequer nas grades de minis, já teriam de “ir roubar” a outro lado para me devolverem o produto com os respectivos juros. Vejam isto para todos os produtos e arranjem uma maneira de me pagar. A esta hora estão vocês a pensar que é extremamente simples, basta que tenha clientes e que as com margem de lucro que dê para pagar os juros. É verdade, mas isso só vai passar a dívida para os outros, no final de todo o ciclo, alguém vai ficar a arder, salvo a expressão!

            Para termos uma ideia, ao nível de estados e de valores de jeito, o gráfico que se segue mostra a dívida calculada sem a acumulação de juros a azul e a dívida calculada com a acumulação de juros a vermelho (o gráfico da dívida portuguesa ficava Out of Range :))

 

 

            Rapidamente verificamos que se retiramos os juros, a dívida não existe!

Ora, se apenas para termos o direito de andar com notas de EURO no bolso… Pronto, com moedas de EURO no bolso, pois as notas andam a escassear, já temos uma dívida com acumulação constante, se juntarmos os empréstimos para obras, transportes, “desvios e compadrios”, quem ainda acreditar que alguma vez iremos pagar a dívida convém que arranje um local bem confortável para esperar.

 

            Bem, para já fico por aqui, caso alguém discorde do que aqui foi dito, ou descubra alguma barbaridade económica agradeço que me esclareça e faça valer a sua opinião.

sinto-me:
publicado por fm às 21:47
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