A tradição já não é o que era e as vendas compensam
Esqueça o bacalhau na noite de consoada. E que tal um hamburger com batatas fritas? Se perguntar às crianças, a resposta é previsível. Pois bem, a pensar nos números, os restaurantes McDonalds vão estar abertos na noite de Natal.
E sabem de que é a culpa se este tipo de atitudes se tornar moda?
De todos aqueles que sem o mínimo de bom senso, sem escrúpulos e mais uma interminável lista de adjetivos menos bons. Não quero criar qualquer campanha anti-Mac ou algo do género, o motivo pelo qual eu acho uma estupidez as pessoas confirmarem o sucesso deste tipo de iniciativas é pura e simplesmente o abalroar dos direitos do trabalhador, do bem-estar e da qualidade de vida daquelas pessoas que para “luxo rasca” de alguns fiquem sem o direito ao tempo com a família tão esperado e apreciado nesta altura.
Nós, e incluo-me nesta afirmação, pois de alguma forma todos nós enfiámos a carapuça, somos totalmente responsáveis por todas aquelas atitudes pró-capitalismo que espreitam a cada canto e esquina.
Senão, vejamos as coisas por este prisma:
Quantos de nós, têm familiares, amigos, pessoas próximas que trabalham ao fim-de-semana, feriados e fora de horas a preço de saldo, que é como quem diz, como se de horário normal se tratasse?! Todos nós, posso afirmar com certeza.
Agora para aqueles casos, que (ainda) não o fazem, isto é, que estão habituados a fazer o dito horário normal, que acham da ideia de lhes ser proposto trabalharem fins-de-semana, feriados e Natal?! Até parece que vos estou a ouvir, provavelmente a opinião é unanime: Nem pensar!!!
Pois é meninos e meninas, pelo andar da carruagem é para lá que caminhamos e sabem porquê? Pelo nosso comodismo de querer andar a passear nos centros comerciais, fazer questão de andar a empurrar o carrinho de supermercado aos domingos (à tarde, claro), usar e abusar dos serviços de apoio ao cliente e mais um sem número de futilidades que poderíamos fazer em qualquer outra altura, mas fazemos questão de dar razão a esses analistas e ou economistas das folhas excel em que tudo bate certo, e as relações familiares, o bem-estar social e o mínimo de respeito pelas pessoas não são possíveis de inserir na fórmula matemática. Estou mesmo a ver o fecho da caixa da cadeia de fast-food no dia de Natal com números exorbitantes que aliciam qualquer um a abrir o estabelecimento nesses dias. Enfim, é uma tristeza a mentalidade mesquinha que cada vez mais abunda na sociedade.
Só agora reparei na tamanha escritura que aqui tenho, apenas para dizer, não faças aos outros o que não gostarias que te fizessem a ti, que neste caso é mais, não dês oportunidade aos grandes grupos de foderem alguns, pois em pouco tempo fodem-te (também) a ti.
@ Não é meu costume o uso de palavras menos próprias, mas neste caso não arranjei sinónimo à altura
Ora cá estamos nós para mais uma pequena odisseia no mundo dos posts...
O tema de hoje é mais do que espontâneo, pois refere-se a algo que vi "ao vivo", e não me perguntem porquê, me ficou na cabeça e não resisti em partilhá-lo!!
Numa manhã solarenga de domingo, acordei relativamente cedo (talvez pela ligeira dor de cabeça provocada pelos excessos de sábado à noite) e como o tempinho estava convidativo a um passeio pela beira-mar lá fui eu rumo à praia.
Ultrapassados todos contratempos, tipo chegar lá, estacionar, levantar o rabo do banco etc etc, lá comecei a minha caminhada de pouco mais de 100m :) pela praia fora!!
Tenham calma, já estou quase a chegar ao centro da questão... Sabem que eu gosto de ir directo ao assunto eheheh!!
Num daqueles bancos de madeira ao longo dos passadiços estava uma menina (digo menina pois seguramente que se trata de uma pessoa com espirito jovem, embora de idade já teria os seus setenta e muitos anos) a ler um livro que infelizmente não consegui ler o titulo, mas que pelo aspecto da capa e das proprias folhas não deveria ter muito menos idade que a leitora que o segurava nas mãos.
A capa do livro já bastante gasta, albergava umas centenas de folhas que já se encontram amareladas, em resultado provável de muitas manhãs a apanhar banhos de sol e a serem folheadas inumeras vezes.
Está visto que ficaram desiludidos com o assunto, que no fundo não é nada de especial, mas que me levantou algumas questões do tipo: Quantas vezes aquele livro já foi lido pela mesma pessoa? Qual o título e desenlace da história? Digo, estive mesmo para ir meter conversa com ela, mas tive receio de levar com a bolsa pelo costado abaixo e que começasse a gritar "Acudam, que este larápio quer-me gamar a reforma!!"...
E bem vistas as coisas, era capaz de não ser mau negocio :))))
Bem, está na horinha do tacho e de preparar as coisas para uma bela tarde de praia!!
FM
. Esqueça o bacalhau: McDon...
. Matinal leitura à beira-m...